EME-UFSC encerra atividades APENAS do time de Logística

INFORME À COMUNIDADE

Atualizado em 03 de abril de 2020 às 13:39h.

Anunciamos por meio deste comunicado o encerramento das atividades APENAS do time de Logística de Acessórios do EME – Equipamento Médicos de Emergência – que ocorrerá  a partir desta sexta-feira (03 de abril de 2020). O grupo EME CONTINUA desenvolvendo equipamentos médicos de emergência como os ventiladores pulmonares.

O EME é um grupo multidisciplinar, colaborativo, voluntário e independente que visa levantar, projetar, desenvolver, produzir e distribuir Equipamentos Médicos de Emergência para combater a pandemia da COVID-19.

Inicialmente, o grupo “Acessórios” foi criado para desenvolver e produzir equipamentos acessórios para  ventiladores e EPIs, porém, com o amadurecimento do assunto identificamos que já haviam inúmeras pessoas produzindo face shields e, portanto, decidimos nos desafiar a organizar melhor a produção, conectando-a às demandas dos hospitais e procurando recursos para continuar a produção. Foi assim que surgiu o time de Logística. 

Até o momento, esse time trabalhou em parceria com a comunidade para arrecadar insumos, produzir e destinar máscaras do tipo face shield para mais de 60 unidades de saúde, atendendo a rede pública da Grande Florianópolis, SAMU, Corpo de Bombeiros Militar e UPAs de estado de Santa Catarina.

Com a colaboração de todos, fomos capazes de suprir a demanda emergencial de máscaras face shield. Foram entregues cerca de 2,5 mil máscaras aos profissionais de saúde, os quais estavam sem equipamentos de proteção e sem perspectivas de aquisição. Nossa única intenção foi proteger esses profissionais da linha de frente que são muito importantes e devem sempre ser cuidados e honrados.

Na quarta-feira dia 25 de março de 2020 alguns integrantes do EME participaram de uma videoconferência realizada pela ABIMO (Associação Brasileira de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório) onde foi discutido a recente RDC 356 da ANVISA. Durante a videoconferência que está disponível em sua página na internet  ( https://youtu.be/I7vbwsLsjLE ), houve questionamentos sobre o caso da  impressão de produção de máscaras feitas pelas universidades e o representante da ABIMO deixou claro a ilegalidade da produção e doação deste material e da importância de possuir meios para comprovar a eficácia do produto e atender as normas estabelecidas pela ANVISA na fabricação dos EPIs. 

A partir disso, a Coordenação do EME entrou em contato diretamente com a Coordenadoria  CMIOR/GEMAT/GGTPS/DIRE3/ANVISA solicitando esclarecimentos sobre alguns pontos na RDC 356 sobre a regulamentação dos produtos em desenvolvimento. Em sua resposta essa semana a ANVISA deixou claro o dever e a responsabilidade de produtores em se adequar às normas técnicas aplicáveis: “Do ponto de vista legal e administrativo, qualquer empresa poderá fabricar, excepcionalmente, estes produtos. Entretanto, nem toda empresa tem expertise técnica para fazê-lo. Assim, a RDC estabeleceu uma série de parâmetros técnicos para garantir a proteção e segurança dos usuários dos EPI, como o tipo de matéria prima, dimensões e parâmetros técnicos relevantes. Dessa forma, a empresa fabricante deve avaliar a sua real capacidade técnica, uma vez que a resolução não exime o fabricante e importador de cumprirem as demais exigências aplicáveis ao controle sanitário de dispositivos médicos, bem como normas técnicas e controles pós-mercado aplicáveis. Dessa forma, o fornecedor das matérias deve apresentar informação que ateste que a mesma  atende os parâmetros técnicos”. Mais informações sobre os critérios legais, podem ser encontrados na RDC 356/2020.

Mesmo criando procedimentos de higienização e instruindo as pessoas que fabricam, montam, distribuem e usam os EPIs, não somos capazes de atender às exigências das regulamentações. Assim, o time de logística que surgiu para proteger os profissionais da saúde, e fez seu máximo para tal, precisará encerrar suas atividades para evitar que as normas regulamentadoras sejam violadas.

Ainda que as atividades do grupo de logística sejam encerradas, todos os que entrarem em contato com o grupo EME-UFSC com o intuito de realizar doações ou informar demandas, serão encaminhados para a Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina que é o setor legalmente responsável por receber e destinar insumos no âmbito de saúde.

Agradecemos enormemente à prontidão de todos que nos ajudaram: produtores, doadores, voluntários, alunos e professores. A atitude de vocês foi muito nobre e necessária nesse momento de crise. 

 

Assinam esse informe em nome do EME-UFSC:

 

Coordenador

Prof. Daniel Martins, Lab. de Robótica LAR – UFSC

Vice-coordenador

Prof. Carlos Rodrigo de Mello Roesler, Lab. Eng. Biomecânica do HU – UFSC

Coordenador Operacional

Prof. Humberto Reder Cazangi, Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC